Gesù, tentato da satana, è servito dagli angeli! (1a domenica di Quaresima 2021) (IT-FR-ES-PT)

Ogni evangelista descrive a suo modo l’esperienza che Gesù ha fatto dopo il suo battesimo ma tutti concordano in due suoi elementi: è un periodo di prova (che traduciamo con tentazione) e dura 40 giorni. Per gli ascoltatori del tempo è immediato il riferimento all’esperienza dell’Esodo, dove il popolo che Dio aveva eletto vive un cammino di 40 anni nel deserto.

Ma il centro tematico di questo passaggio epocale non è come noi siamo abituati a pensare la terra promessa; infatti il Pentateuco (i primi 5 libri della bibbia che si presentano come un corpus unico) termina prima che Israele abbia messo piede in essa. In realtà il motore di questa narrazione lo troviamo nell’esperienza del Sinai: la scoperta che Dio ha un progetto di amore per questo popolo, che vuole la sua realizzazione, che non può che trovarsi nel vivere questo rapporto di fiducia e amore con Dio stesso che attraverso dei segni di fa presente.

Nella nostra esperienza di vita dovrebbe oramai essere chiaro che per vivere una relazione con una persona dobbiamo fargli spazio nella nostra vita e questo comporta tutta una serie di cambiamenti affinché non solo riusciamo ad abituarci a questa persona, ma gli riserviamo il posto che essa merita, che sia un amico, un socio o addirittura il partner della nostra vita. Ecco allora la necessità di un periodo per vivere questo cambiamento interiore, che conosce necessariamente avvicinamenti ed allontanamenti, ma che ha lo scopo di costruire una relazione profonda, non solo basata su affetti e bisogni, ma soprattutto su una volontà che sceglie.

Gesù vive questo esodo personale ad indicare a tutti gli uomini che è necessario compiere questa operazione perché la relazione – che la Bibbia usa chiamare alleanza – ha bisogno di essere costruita non solo a livello di Popolo – cioè avere delle strutture sociali che ci danno dei parametri di riferimento – ma a livello personale. In questo Marco addirittura sottolinea che è un tempo salvifico, proprio perché è lo Spirito Santo l’autore di questa esperienza, e come tale sarà lui in modo nascosto a saper limare quelle caratteristiche che ci rendono difficile l’abbandono nelle mani dell’altro: sarà lui ad operare quel cambiamento necessario perché ci si possa realmente sentire partner di questa relazione di amore infinito in ogni circostanza della nostra vita.

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Comentário ao Evangelho do I Domingo da Quaresma (Ano B)

            Cada evangelista descreve à sua maneira a experiência que Jesus fez depois do seu batismo, mas todos concordam em dois elementos: é um período de prova (que traduzimos por tentação), e dura quarenta dias. Para aqueles que escutam no templo é imediata a referência à experiência do Êxodo, onde o povo que Deus tinha escolhido vive um caminho de 40 anos no deserto.

            Mas o centro temático desta passagem epocal não é como nós estamos habituados a pensar a terra prometida: de facto o Pentateuco (que são os 5 primeiros livros da Bíblia, que se apresentam como um corpo único) termina antes que Israel tenha colocado os pés nessa terra. Na realidade encontramos os elementos desta narração na experiência do Sinai: a descoberta de que Deus tem um projeto de amor para este povo, que quer a sua realização, que se encontra na vivência de um encontro de confiança e amor com Deus, que através de sinais se mostra presente.

            Na nossa experiência de vida deveria ser claro que para viver uma relação com uma pessoa devemos dar-lhe espaço na nossa vida e isto gera toda uma série de comportamentos até que não conseguimos a habituar-nos àquela pessoa, mas também porque lhe reservamos o lugar que essa pessoa merece, quer seja um amigo, um sócio de uma empresa… Assim vemos que é necessário um período para viver esta transformação interior, que conhece necessariamente momentos de aproximação e de distanciamento, mas que tem o único objetivo de construir uma relação profunda, não só baseada nos afetos e necessidades, mas sobretudo sobre a vontade de escolher.

            Jesus vive o seu êxodo pessoal para indicar a todos os homens que é necessário cumprir esta operação porque a relação – que a Bíblia chama aliança –   tem necessidade de ser construída não só a nível de Povo – isto é: ter as estruturas sociais que nos dão os parâmetros de referência – mas a nível pessoal. Nisto São Marcos sublinha de um modo relevante que este tempo é um tempo de salvação, porque é o Espírito Santo o autor daquela experiência, e como tal será ele de um modo escondido a limar as características que tornam difícil o abandono nas mãos do outro. Será ele a operar a transformação necessária para que se possa realmente sentir parte desta relação de amor infinito em cada circunstância da nossa vida.